3 dias em Chicago, com escala em NYC

Aproveitando o feriado prolongado de Tiradentes, fizemos um roteirinho de 3 dias em Chicago, Illinois, nos EUA.

Com o dólar em alta, muita coisa teve que ser planejada no estilo “mão de vaca”, priorizamos passeios gratuitos e buscamos dicas econômicas pra passear na cidade. E há muito para ver e fazer por lá sem colocar a mão no bolso!

Clima: até o comecinho de abril Chicago ainda registrou temperaturas abaixo de zero, mas é neste mês que o frio começa a ir embora (durante nossa estadia, passamos por 5º a 19º) e as primeiras flores aparecem nos parques e jardins da cidade. Costuma ser um mês de muitas chuvas (April showers bring May flowers.: “As chuvas de abril trazem as flores de maio.”), mas durante nossa viagem não choveu. :-)

Locomoção e hospedagem: alugamos um carro, pois ficamos hospedados a cerca de 45 minutos do centro (“The Loop”), no La Quinta Inn Hoffman Estates.

Pra nós funcionou, mas o trânsito em Chicago não coopera. Além disso, dificilmente é permitido estacionar nas ruas, onde muitas vezes é necessária autorização especial e/ou pagar para utilizar, e o tempo de permanência é limitado.

Os estacionamentos são, em geral, bastante caros. O ideal mesmo é ficar em um hotel perto do centro e usar o transporte público. Como nossa opção não era essa, pesquisamos antes estacionamentos baratos perto dos lugares que pretendíamos visitar. Para isso, esses dois sites foram essenciais: PILMC e BestParking.com, que são “mapas de estacionamentos”, onde você poderá verificar os preços, horários de funcionamento e outras informações importantes.

Nosso estacionamento foi, basicamente, o Impark Parking (no 67 E 8th Street, entre a S Michigan Avenue e a S Wabash Avenue – $9 por 6 a 9 horas de permanência – estacionamento 24 horas). Outra opção era o Loop Autoparking (no 1122 S Wabash Avenue – $10 por 6 horas – também aberto 24 horas).


DIA 1

Chegamos cedo, então deu pra aproveitar o dia todo.

Primeiro fomos visitar o Garfield Park Conservatory, estufa com vários jardins temáticos, entre os quais o das Crianças, do Deserto, de Monet, da Cidade e a Casa das Palmeiras. É lindo! A entrada é gratuita (eles aceitam contribuições voluntárias, assim como os demais museus abaixo). Tem estacionamento grátis.

Garfield Park Conservatory
Garfield Park Conservatory
Garfield Park Conservatory
Garfield Park Conservatory
Saindo de lá, só passamos de carro pelo United Center, estádio do Chicago Bulls e do Chicago Blackhawks, que é a maior arena dos Estados Unidos. Não tem tour.

Seguimos em direção ao National Museum of Mexican Art, que possui um acervo de arte mexicana, com artefatos históricos, arte popular e obras de artistas renomados. Muito bacana! Pra lembrar a nossa viagem pra Cancun... A entrada é gratuita. Tem estacionamento grátis na rua, por até duas horas (próximo ao campo de baseball, na mesma rua do museu).

National Museum of Mexican Art
National Museum of Mexican Art
National Museum of Mexican Art
National Museum of Mexican Art
Nossa próxima parada era o campus da Universidade de Chicago, onde visitamos a lindíssima Rockefeller Memorial Chapel, capela ecumênica que fica no complexo da Universidade e abriga eventos, reuniões e celebrações de diversas religiões. Quem quiser subir os 271 degraus para a torre, durante a semana, deve estar na capela às 11h30 ou às 16h30. É grátis, mas eles sugerem uma doação de $5.

Rockefeller Memorial Chapel
Rockefeller Memorial Chapel
Ainda na UChicago, bem pertinho da igreja, visitamos o Oriental Institute, museu que reúne artefatos de civilizações da Antiguidade oriental, incluindo uma enorme estátua do faraó Tutancâmon, múmias, o Código de Hammurabi, e muitos utensílios e indumentárias vindos da Assíria, Mesopotâmia, Egito, Pérsia, Núbia e Megido (Israel).

Oriental Institute
Estátua do Faraó Tutancâmon, no Oriental Institute
Código de Hamurabi, no Oriental Institute
A 1 km do Oriental Institute, caminhando pelo campus da UChicago (que é muito bonito!), fomos ao Smart Museum, que reúne obras contemporâneas (essas, nós vimos) e também de artistas clássicos renomados (essas, nós perdemos: quando perguntei a um funcionário do museu onde ficavam Goya, Picasso, Matisse, Degas, Diego Rivera etc., ele não soube me informar... :-/). 

Campus da University of Chicago
Campus da University of Chicago
Smart Museum
Smart Museum
Os três locais tem acesso gratuito. Estacionamento pago perto do Smart Museum. Na maioria das vagas na Universidade é possível estacionar livre e gratuitamente nas ruas somente após as 16h aos dias de semana e o dia todo aos fins de semana. No horário comercial, é necessário ter permissão especial. Para maiores informações, clique aqui.

Saindo da universidade, fomos à praia da 63rd Street. Sim! Praia de lago. Chicago não fica na costa norte-americana, mas está na região dos Grandes Lagos, que são cinco, entre os quais, o enorme Lago Michigan, que banha a cidade, o único que não é partilhado com o Canadá. A praia não é bonita, mas é interessante conhecer. Estacionamento na rua, que varia de $0.75 a $2/h, dependendo do dia e horário. Funciona das 6h às 23h.

63rd. Street Beach
63rd. Street Beach
Reservamos a noite para um must do de Chicago: assistir a um show de blues. Nos anos 40, 50, com o aumento da migração de afro americanos do Mississipi para Chicago, surgiram os clubes de blues. Entre as casas mais famosas estão House of Blues, Famous Dave, Blue Chicago e a Buddy Guy’s Legends, nossa excelente escolha para esta primeira noite. O show era da banda Mojo Daddy. Sensacional!

Buddy Guy's Legends
Buddy Guy's Legends
O jazz também faz parte da história da cidade e remonta a uma época um pouco anterior à do blues. Um dos bares mais tradicionais é o Green Mill, que teria sido frequentado por gangsteres, entre os quais, o próprio Al Capone, e pertenceria ao “braço direito” do mafioso.

E, por falar em Al Capone, para quem tem curiosidade sobre esta parte da história de Chicago, há tours sobre a máfia.

Além dos diversos bares de jazz, acontecem na cidade, uma vez por ano, dois festivais: o Festival de Jazz de Chicago e o Festival de Jazz do Hyde Park. Para mais informações, clique aqui.


DIA 2

Era dia de muita caminhada, num frio de chorar (mesmo!). E então entendi por que Chicago é conhecida como Windy City (“Cidade dos Ventos”).

Deixamos o carro no estacionamento que mencionei lá em cima. Pretendíamos que nossas primeiras paradas fossem o Grant Park, parque que fica entre a South Michigan Avenue e o Lago Michigan, e sua atração mais notável: a Buckingham Fountain, um chafariz que jorra água a até 45 metros de altura (de hora em hora a partir das 9h) e é uma das maiores do mundo. Funciona de abril a outubro. Masss, estava fechado pelos preparativos para o Draft da NFL, a liga nacional de futebol americano, que aconteceu dos dias 28 a 30.04.

No caminho, na Michigan Avenue, fica o Museum of Contemporary Photography onde só fomos no dia seguinte, e pudemos visitar duas exposições lindas, uma de fotografia contemporânea iraniana e outra de fotografia do Oriente Médio em geral. Entrada gratuita.

Também no caminho, fica o enorme Art Institute of Chicago, que não visitamos, porque era pago :-(

Em frente ao museu, fica o Millenium Park. Passamos pelo lindíssimo Lurie Garden, que contrasta com a paisagem de prédios enormes ao fundo. É no Millenium Park que ficam as famosas instalações de arte que são cartões-postais da cidade: a escultura espelhada Cloud Gate (mais conhecida como Bean, “feijão”) e a Crown Fountain, fonte com dois painéis mostrando expressões de vários rostos (nas nossas passagens por lá, não vimos água, só os rostos). Se “der sorte”, você pode assistir a um show gratuito no Jay Pritzker Pavilion; ou patinar no gelo na McCormick Tribune Ice Rink (que já não estava funcionando. Funciona de novembro a março, gratuita para quem leva seus próprios patins).

Prédios vistos do Millenium Park
Jay Pritzker Pavilion
Cloud Gate: o "feijão"
Embaixo do "feijão"
A cidade, refletida no "feijão" 
Um dos rostos da Crown Fountain
De lá, fomos procurar as obras de artistas famosos, que ficam a céu aberto. Passamos primeiro pelo Picasso (50 W Washington St.). Quase em frente, do outro lado da rua, fica uma escultura do Miró (69 W Washington St.) e, andando mais um tantinho, o “The Four Seasons”, que é um mosaico do Chagall (10 S Dearborn St.). Perto dali, passamos no “Monument With Standing Beast”, do Dubuffet (100 W Randolph St.), em frente ao Atrium, centro comercial com várias lojas, escritórios e fast foods.

Parte do mosaico do Chagall
Picasso
Miró
Miró e o Picasso, do outro lado da rua
Dubuffet, em frente ao Atrium
Chicago tem várias obras de arte de artistas renomados espalhadas pelas ruas. Acesso gratuito, porque estão mesmo no meio da rua. Aqui tem um mapa delas.

Passamos novamente pelo Millenium Park, agora para atravessar para o Navy Pier. É uma boa pernada, mas vale a pena ir até lá caminhando pela beira do Lago Michigan.

O famoso e centenário píer de Chicago abriga lojas, restaurantes, parque, o Museu das Crianças, o Teatro de Shakespeare, esculturas e uma exposição permanente de vitrais. Passeios de barco pelo Lago Michigan, aluguel de bicicletas, cinema e um parque de diversões completam as atrações do local.

Navy Pier
Navy Pier
Navy Pier
Navy Pier
Caso prefira estacionar mais perto do Navy Pier, o estacionamento mais barato que localizamos nas redondezas em nossas pesquisas foi o do Laz Sheraton Hotel (na 301 E North Water St., entre a N New St. e a N Columbus Dr.: $12 por 6 horas – estacionamento 24 horas).

Mesmo depois da longa caminhada até o Navy Pier, decidimos seguie a pé pela Lakefront Trail até a Oak Street Beach, a praia mais próxima de downtown.

Ohio Street Beach
Oak Street Beach
Pela passagem subterrânea da praia, continuamos a pé até a Magnificent Mile, o trecho mais famoso da Michigan Ave., pelas suas lojas, restaurantes e hotéis “chiques”.

Chegamos então ao John Hancock Center, um dos prédios mais altos do mundo, com 344 metros de altura, onde fica um observatório 360º, no 94º andar (como o do Empire State, em Nova Iorque). A experiência vale a pena! Porém, como o dia estava muito nublado, nos recomendaram voltar outro dia, porque não veríamos nada... Que bom que foram honestos, porque fomos no dia seguinte e amamos! O acesso ao observatório custa $20. Por mais $7, você pode fazer o Tilt!, que é fantástico! Você ficara “pendurado” por dentro das janelas, com inclinação de 30º, a cerca de 305 metros de altura.

Vista da Oak Street Beach para a cidade. O prédio preto encoberto pela neblina é o John Hancock Center.
John Hancock Center visto no dia seguinte, com o céu aberto
O Navy Pier, visto do John Hancock Center
Oak Street Beach e a cidade, vistos do John Hancock Center
Chicago vista do John Hancock Center
As janelas se inclinando, na experiência Tilt!, no John Hancock Center
Passamos pela Water Tower, que foi um dos únicos prédios da cidade a sobreviver ao Grande Incêndio que destruiu Chicago em 1871. A torre, que foi construída para bombear água, hoje é uma galeria de arte e centro de informações para visitantes.

Pertinho dali, pausa para chocolates na Ghirardelli e, do outro lado da rua, na Hershey’s Chocolate World.

Sobrou tempo, então passeamos pela Michigan Ave. até o estacionamento e fomos para a Premium Outlets Pleasant Prairie, já no estado de Wisconsin. Falha minha, porque foi o que escolhi no GPS :-/ O certo era a Chicago Premium Outlets, mas valeu o passeio e creio que tenha dado na mesma em termos de lojas e preços. Se o dólar estivesse menos valorizado, teria sido “consumistamente maravilhoso”! rs


DIA 3

Pra começar o dia, estacionamento de sempre, caminhada pela Michigan Ave. até o John Hancock Center, como contei aí em cima.

Como já havíamos conhecido a maioria das coisas que realmente queríamos, deixamos esse dia pra andar tranquilos, entrar em uma ou outra loja, ver e descobrir qualquer coisa. Demos umas voltinhas pelos arredores da Magnificent Mile e passamos por uma Macy’s enorme.

Dylan's Candy Bar., na Michigan Ave. Sonho de adultos e crianças!




Almoçamos no Hard Rock Café. Muitos e muitos restaurantes bacanas nas imediações.

Memorabilia do Hard Rock Chicago
Passamos pelo Chicago Theatre, que estava fechado. Pra quem tiver curiosidade, existe um tour de uma hora, todos os dias (com algumas exceções) ao meio-dia lá dentro. $15 para adultos. Mais informações aqui.

Chicago Theatre
Demos uma paradinha na pracinha do AMA Plaza, à beira do Rio Chicago, onde ficamos descansando um tantinho. Lá, mais arte na rua: a escultura “Gentlemen”, da série “Living World”, do artista tailandês Ju Ming.

Gentlemen, de Ju Ming

Depois fomos conhecer a Fashion Outlets of Chicago, que também é bem bacana – de novo – quando o dólar não está em alta. Mesmo assim, pra quem não admite sair dos EUA sem fazer umas comprinhas, vale a pena!

À noite reservamos para conhecer um lugar lendário de Chicago: a Billy Goat Tavern, inaugurada em 1934 e que fica, desde 1964, numa espécie de “mundo subterrâneo” no “andar de baixo” do nº 430 da N Michigan Ave. Masss, ao chegarmos em frente ao lugar, achamos “literalmente underground” demais pro nosso gosto. Imaginávamos algo como um pub-com-história-mas-moderninho-e-bacana... Pelos comentários que li, muita gente gosta, aliás. Hoje, eles tem outras unidades em outros locais em Chicago e em Washington. Fica a dica, mas demos meia volta e fomos jantar em outro lugarzinho ali perto.

Para chegar à Billy Goat Tavern, descer aqui...
Billy Goat Tavern Original: underground + lower level...



DIA 4 – ESCALA EM NOVA JERSEY (EWR): COMO IR DO AEROPORTO NEWARK A NOVA IORQUE

Saímos cedo de Chicago e tínhamos uma escala de 8 horas no aeroporto Newark (EWR), em Nova Jersey. Por que não dar “um pulinho” em Nova Iorque?! rs

Do aeroporto EWR a NYC há várias opções de transporte, que podem ser verificadas neste site.

Decidimos ir de trem, por acharmos mais rápido e mais seguro em relação aos horários, percurso e trânsito. É também uma das opções mais baratas. O trem da AMTRAK é bem caro. Optamos pelo trem comum.

Como nossas bagagens foram despachadas direto, não tivemos que nos preocupar com malas. Há guarda-volumes (pago) no aeroporto, a preços que variam de $5 a $16, dependendo do peso das bagagens, abertos das 8 a.m. a 1 a.m.

O percurso todo demora cerca de 50 minutos. Mas dependerá também dos horários do trem.

Ao desembarcar, pegue o Air Train – monotrilho gratuito que liga os terminais e estacionamentos do aeroporto – sentido Rail Link.

Descendo na Rail Link, compre nos terminais de autoatendimento (vending machines) os tickets para a New York Penn Station (não confunda com a Newark Penn Station, que fica no caminho!) ida e volta, que custa $13, já incluindo a taxa para deixar o Air Train, que é de $5.

Passe o bilhete na catraca para sair do terminal do Air Train, e guarde-o, pois terá que apresentá-lo novamente dentro no trem para New York Penn Station, que você tomará na sequência.

Esperando o trem pra NYC
Um "oizinho" pra Times Square
Deu tempo só de dar uma caminhadinha na Times Square e almoçar por lá. Mas valeu a pena!

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